Postagem única

Jogo Pela Vida celebra transplantados e reforça importância da doação de órgãos em Campo Grande

Um jogo de futebol diferente marcou o último domingo (28) no Hospital Adventista do Pênfigo (HAP). Médicos, pacientes transplantados, profissionais da saúde, integrantes da ONG Fratello e representantes da Central Estadual de Transplantes (CET) se uniram em campo para celebrar a vida e reforçar a importância da doação de órgãos. A iniciativa inédita no Mato Grosso do Sul integra a programação do Setembro Verde, campanha nacional de conscientização sobre o tema.

O evento reuniu cerca de 45 jogadores, entre pacientes que receberam um transplante e médicos que ajudaram a salvar essas vidas. Mais do que um placar, o “Jogo Pela Vida” simbolizou gratidão, esperança e superação.

Histórias que inspiram

Entre os participantes estava o músico Gemeel Antônio de Araújo Silva, de 63 anos, que após quase quatro anos de tratamento e um transplante de fígado voltou a vestir as chuteiras para atuar como goleiro: “O que está valendo é a participação. Me sinto feliz por estar aqui hoje, ver a situação em que eu me encontrava e agora poder disputar uma partida de futebol”, comemorou Gemeel, que jogou pela equipe da ONG Fratello, vencedora da disputa contra a CET (Central Estadual de Transplante) por 3 a 2.

Outro exemplo de superação é o de João Marcos, de Ponta Porã, primeiro paciente transplantado no HAP. “Minha vida era de muito sofrimento. Aqui recebi cuidado, acolhimento e uma nova chance. Sou grato à equipe, à ONG Fratello e, principalmente, à família doadora, que me permitiu viver de novo”, relembrou emocionado.

Médicos e pacientes lado a lado

Idealizado pela médica Marília Bittencourt Espíndola, presidente da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do HAP, o evento se inspirou em experiências realizadas em Porto Alegre (RS). “Nada melhor do que mostrar para a sociedade que a pessoa transplantada volta à vida e consegue jogar, por exemplo, uma partida como a de hoje. O transplante devolve uma vida maravilhosa para o paciente”, destacou.

Para o chefe do setor de Transplante Hepático do hospital, o médico Gustavo Rapassi, o encontro foi também um reencontro emocionante.“É um dia de festa para lembrar de todo mundo que já passou por aqui. Ver que eles estavam um tempo atrás entre a vida e a morte e agora jogando com a gente é uma satisfação enorme”, disse Rapassi, que espera repetir a experiência em 2026, com ainda mais participantes.

Referência em transplantes

Desde julho de 2024, quando iniciou os procedimentos, o Hospital Adventista do Pênfigo já realizou 51 transplantes de fígado, consolidando-se como referência em Mato Grosso do Sul e conquistando destaque nacional.

Para a instituição, o jogo é simbólico, mas de grande impacto para a sociedade. “Quando falamos de transplante, não podemos deixar de falar de doação de órgãos. Não existe transplante sem doação”, reforçou a organização do evento.

Celebração da vida

O Jogo Pela Vida se tornou um marco não apenas esportivo, mas social e humano. Cada passe, cada gol e cada abraço em campo celebraram a generosidade das famílias doadoras, a dedicação dos profissionais de saúde e a vitória de pacientes que receberam uma nova oportunidade de viver.

Em setembro – mês dedicado à conscientização da doação de órgãos – o evento mostrou que, no campo da vida, cada “sim” pode transformar destinos.

Fotos: Kendry Alexandre

Compartilhe essa notícia:

Deixe um comentário